Você já parou para pensar como os bilhões de neurônios se organizam?
Podemos definir o cérebro humano como um amontoado de 86 bilhões de neurônios que trabalham gerando impulsos elétricos.
Cada uma dessas células nervosas tem cerca de 7 mil conexões com as vizinhas, as chamadas sinapses.
No final, temos um sistema nervoso com cerca de 600 trilhões de conexões paralelas, trabalhando de forma frenética para realizar todas as funções de coordenação e controle que o corpo precisa.
Não foi fácil chegar até esse ponto. Existem 4 bilhões de anos de evolução por trás da máquina biológica mais sofisticada já vista na Terra, e seu interior guarda pistas claras desse processo.
De forma geral, dá para dizer que o cérebro humano tem uma hierarquia em três camadas.
- A porção mais interna responde pelos instintos mais primários de agressividade e fuga;
- Uma camada intermediária é responsável pelas emoções mais simples como fome, sono, sede, cansaço e apego;
- E uma camada superior, ela responde pelo que de mais interessante acontece em nossa cachola, abrigando a razão, o processamento fino dos sentidos e, enfim, o que chamamos de mente;
As mesmas células desde o nascimento?
Até o final do século 20, acreditava-se que o cérebro adulto era um computador que não podia ser atualizado. Diferente de outros órgãos humanos — como a pele, que se renova constantemente —, supunha-se que o cérebro manteria as mesmas células desde o nascimento.
Hoje sabemos que não é bem assim. Ganhamos e perdemos neurônios ao longo de nossas vidas. E porque o cérebro possui a capacidade de gerar novos neurônios, ele pode autorreparar danos provocados por acidentes ou doenças.
A importância da Neurociência
Dentre as ciências contemporâneas, talvez somente a biologia genética se compare à neurociência em termos de revolução no cotidiano do homem. Com pouco mais de 100 anos de pesquisas, a neurociência, que estuda o sistema nervoso e o cérebro, derrubou vários mitos sobre a mente humana.
Mas ainda não tem respostas para mistérios como a consciência.
Memória, emoção e desejo
Um importante avanço da neurociência foi o mapeamento do cérebro em áreas específicas, responsáveis por diferentes funções.
Já foram identificadas 47 áreas corticais onde se processam a memória, as emoções, os movimentos, a linguagem, a fome, o sono, o prazer, o desejo e outras atividades.
O conhecimento destas regiões específicas contribui para explicar os hábitos consumistas, os vícios, o gosto por tipos diversos de músicas, a diferenças entre homens e mulheres, dificuldades de aprendizagem, a fé religiosa, o porquê esquecemos coisas no dia a dia, entre outros detalhes…
Tipo um computador, mas diferente
Talvez o fato mais curioso seja o de sermos o único animal que usa o cérebro para compreender o próprio cérebro, isto é, somos conscientes de nossa própria consciência.
Não obstante todo conhecimento acumulado sobre a anatomia cerebral, ainda não se sabe como a mente consciente surge de processos neurológicos.
Uma metáfora recorrente compara o cérebro humano com o computador: a mente seria o programa (software) e o cérebro, a parte física (hardware). Mas é uma visão simplista, que não explica muita coisa e despreza o fato da consciência envolver muito mais que lidar com símbolos e linguagem.
Dito tudo isso, podemos deixar registrado alguns MITOS derrubados pela Neurociência:
- O cérebro adulto é incapaz de produzir novos neurônios.
- Inteligência é somente questão de genética ou cultura.
- O lado esquerdo do cérebro domina o homem.
- Usamos apenas 10% de nosso cérebro.
- O teste de Q.I. mede a inteligência.
Curtiu essa análise? Afinal, trabalhar com Marketing é entender de tudo um muito, inclusive, Neurociência. Nos próximos conteúdos vou falar sobre desejo e cerébro…
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