Que o TikTok é um fenômeno de audiência, não dá para negar. São mais de 1 bilhão de usuários ativos em todo o mundo, segundo dados da própria companhia. O Brasil é um dos principais mercados atualmente. E, apesar de ter chegado no país em 2018, foi na pandemia que a rede social ganhou mais adeptos e alcance. Segundo a empresa, 80% dos usuários brasileiros começaram a usar a rede em 2020.
Para quem nunca entrou no TikTok, o reels do Instagram segue em muito o modelo do concorrente. E com certeza você já deve ter visto alguém (muitos alguéns) fazendo dancinhas ou apontando o dedo no ar enquanto palavras aparecem em ritmo de algum som! Esse é um modelo de post bastante encontrado em ambas as plataformas e que faz sucesso entre os jovens. Mas uma diferença básica e bastante notável é que no Instagram a vida “perfeita” ainda reina enquanto no TikTok, os usuários preferem vídeos mais próximos da realidade ou, até mesmo, satirizando os perrengues do dia a dia.
Lembro que logo que conheci a plataforma, fiz uma pergunta que muita gente já deve ter feito. Em época de TikTok, minha empresa precisa fazer dancinha para ter sucesso? Antes de dar um alto e sonoro “não”, vamos pensar estrategicamente? Pelo menos, foi o que fiz.
Quem é seu público-alvo? Qual o perfil, idade, o que consome, qual a persona do seu cliente? No TikTok, 41% dos usuários são de jovens entre 16 e 24 anos. Seu cliente está nessa faixa? Se a resposta for sim, você tem um potencial enorme em alcançá-los na rede.
Vamos para um segundo passo. Qual o perfil da sua empresa e de seu produto, como se comporta, em que acredita, qual a visão e valores, qual o posicionamento de sua marca? Entende onde quero chegar? Se você conhece a essência da sua empresa e do seu público-alvo, você pode estar sim no TikTok porque é estratégico, mas não tem obrigação nenhuma de fazer publicações dançando.
Aliás, eu sempre digo isso, uma boa ideia é soberana. Ser criativo e disruptivo nesse momento é o que vai diferenciar sua marca de outras. Então, vale desenvolver algo novo ou mesmo acompanhar as hashtags, entender os desafios do momento na rede e adaptar da melhor forma para sua marca. Basta lembrar que os vídeos no TikTok costumam ser rápidos e mais leves em seu conteúdo. Além de ainda ter baixa concorrência na plataforma, o potencial de viralização do conteúdo faz com que a rede seja uma importante aliada na estratégia de branding de uma marca.
Para você ter uma ideia, de acordo com o levantamento Think With Google, a publicidade tradicional não funciona com a geração Z (nascidos entre os anos 90 e 2010). A forma que mais tem dado resultados é com conteúdo e engajamento nas redes sociais. Dos entrevistados, 64% disseram preferir vídeos de marcas quando são autênticos e, principalmente, quando são reais.
Um exemplo é a Starbucks norte-americana que virou um case em 2020. A rede não possuía perfil institucional no TikTok, mas uma atendente da marca postava conteúdos sobre o dia a dia de trabalho e ensinando receitas. Na época, a colaboradora já tinha mais de 1,5 milhão de seguidores. Atualmente já são 2 milhões.
No Brasil, a Monange aproveitou o Outubro Rosa de 2020 e criou a campanha “TikToque”, com objetivo de conscientizar e incentivar o exame de toque, um dos mais importantes para diagnóstico precoce do câncer de mama.
Já a Ambev aproveitou o espaço para promover o Guaraná Antarctica. A campanha “Coisa Nossa” criou 27 latas comemorativas e todas traziam um “TikTok code”, como um QRcode, que ao ser escaneado levava o cliente para o perfil da marca no TikTok.
Como disse lá no início, o TikTok virou um fenômeno e ainda tem muito espaço para crescer. A empresa tem deixado claro que está buscando atingir cada vez mais as marcas e produtores de conteúdo. Basta acompanhar os últimos anúncios: TikTok for Business com foco nas estratégias de marketing e no relacionamento das marcas com os usuários; parceria com a plataforma de vídeo Vimeo para incentivar pequenos negócios a produzirem conteúdo; e o mais recente TikTok Creator Marketplace para apoiar as marcas a encontrarem e contratarem os influenciadores mais adequados para sua estratégia.
Confesso que estou curioso para ver o que mais vem por aí. E você?
