Rebranding como as mudanças no mundo impactaram o design de marca
Por que uma empresa muda sua marca? O rebranding pode vir por uma série de motivos e além de toda a estratégia de comunicação precisar refletir as mudanças, algo que muitas empresas esquecem é igualmente importante porque é o primeiro impacto junto ao consumidor e a outros stakeholders: a identidade visual. Motivos não faltam: atualização, ampliação de linha de produtos, fusão de empresas ou até mesmo a inclusão de valores e propósitos que não estão mais refletidos no logo anterior, entre outros.
Em 2021, por exemplo, o que mais vimos foram corporações atualizando sua marca. Empresas como Burger King, Globo, Facebook e Peugeot passaram pelo processo, alguns não tão bem recebidos pelos consumidores. Uma percepção geral é de que a pandemia acelerou em muito algumas tendências que já vinham acontecendo. Inovação, tecnologia, preocupação com sustentabilidade, cuidado com a saúde e com o próximo, com o meio ambiente. Assuntos que sempre estiveram em pauta, mas foram amplificados com um novo olhar sobre o consumo, sobre a sociedade e sobre investimentos de impacto.
Tudo isso também impactou as marcas, que passaram a considerar novos atributos em suas estratégias. Na identidade visual, muito do que vimos em 2021 esteve ligado, principalmente, a características como minimalismos, inovação, simplicidade, tecnologia e modernidade.
O Ponto Frio virou ponto:>, mudando seu logo, cores em todas as suas plataformas de vendas (online ou física), passando a adotar um foco em tecnologia e com uma linguagem mais jovem, moderna e digital.
O Burger King apostou em um logo atemporal, fazendo uma releitura da sua própria identidade de 1969 a 1998. A ideia foi transmitir simplicidade e confiança em um design mais duradouro.
Já a Peugeot, e esse talvez é um dos que mais gosto, trabalhou no redesign de sua famosa marca, buscando traduzi-la para uma forma mais atemporal, multicultural e voltada para um futuro sustentável, marcando a aposta da marca em carros elétricos. Pela primeira vez em quase 50 anos, o leão foi reestilizado sem o corpo e sua cabeça ganhou linhas também minimalistas e uma nova tipografia.
Outro que vale destacar foi a estratégia da Disneyland Paris para comemorar os 30 anos do parque. A Disney abraçou a estética minimalista sem renunciar ao seu maior ícone: o Mickey Mouse. A memória afetiva fica por conta da silhueta do personagem, usada para descrever o número 30.
Entre os rebrandings mais polêmicos do ano passado, talvez a do Facebook seja o que mais chama a atenção. A organização passou a se chamar Meta e assim toda sua estratégia de branding e comunicação precisou seguir o novo conceito. A empresa, dona do Facebook, Instagram e Whatsapp mudou de nome em referência ao “metaverso” que Mark Zuckerberg não para de falar. O discurso oficial é de que a antiga marca não refletia mais tudo o que a empresa desenvolve e representa atualmente. Fato é que a mudança veio também em um período em que o Facebook passava por uma crise institucional e estava na mira de uma série de denúncias sobre privacidade de dados e moderação de conteúdo.
Motivos não faltam para fazer um rebranding. Como os exemplos acima, as tendências mundiais e de consumo podem ter um impacto direto em mudanças internas. Como uma marca se posiciona, vai muito além de discurso. Quantas marcas você não reconhece apenas pelo logo? Aquelas que você bate o olho e já sabe do que se trata!!
Apesar de ter citado apenas grandes empresas, adianto aqui que esse cuidado não deve ficar apenas no âmbito das gigantes. Se você ainda não fez, cedo ou tarde vai precisar ter esse olhar também para sua marca. Tem dúvidas sobre o tema, escreve para mim!