Branding se refere ao porquê e não ao o quê
Muito se fala em branding como um conjunto de símbolos, nomes e logotipos que identificam produtos ou serviços no mercado. Porém, esse entendimento é superficial. Branding vai muito além do que uma marca faz ou vende; ele se refere, essencialmente, ao seu porquê — à razão de existir que conecta a organização com as pessoas em um nível emocional e duradouro. É o que Simon Sinek popularizou em seu círculo dourado: empresas inspiradoras começam pelo “porquê”, depois definem o “como” e, por fim, o “o quê”.
O porquê é o propósito, o sentido maior que faz a marca ter relevância no mundo. Marcas fortes não competem apenas por atributos funcionais ou diferenciais técnicos. Elas criam movimentos, narrativas e comunidades porque sabem responder a uma pergunta poderosa: “Por que fazemos o que fazemos?”. Essa clareza de propósito faz com que colaboradores vistam a camisa, clientes se tornem fãs e investidores acreditem no futuro.
O o quê — produtos, serviços, embalagens, preços — é apenas uma expressão tangível do porquê. É como se fosse o corpo que dá forma a uma alma. Quando o propósito é autêntico, tudo se alinha: identidade visual, tom de voz, experiências de marca e inovação. Empresas como Apple, Nike ou Natura são exemplos clássicos: seus produtos mudam, mas a essência permanece. O valor que entregam transcende o material.
No Brasil, ainda vemos muitas marcas que focam apenas no “o quê”: catálogo de produtos, tabelas de preços, especificações técnicas. E se esquecem de nutrir o “porquê”. O resultado são marcas frágeis, facilmente substituíveis, reféns de promoções e da guerra por preço. O branding estratégico, por outro lado, constrói relevância e diferenciação no longo prazo, com base em propósito, valores e uma história que faz sentido.
Portanto, marcas que começam pelo “porquê” inspiram, engajam e cultivam lealdade. O consumidor de hoje — cada vez mais consciente e conectado — busca significado em suas escolhas. Ele quer se identificar com causas, valores e narrativas que ressoem com quem ele é ou deseja ser. Se sua marca não tem um “porquê” claro, ela é apenas mais uma.
Em suma, branding não é sobre “o que você vende”, mas sobre “o que você defende”. É a ponte entre o coração da organização e o coração das pessoas. Marcas que sabem quem são e por que existem não vendem apenas produtos: elas transformam realidades. E isso, no fim das contas, é o que faz toda a diferença.
MLP apoiado por Gemini