Marketing é hipérbole?
A hipérbole é uma figura de linguagem caracterizada pelo uso de exagero intencional para enfatizar ou destacar uma ideia. Esse recurso é comum tanto na literatura quanto na comunicação cotidiana. Por exemplo, ao dizer “estou morrendo de fome”, a intenção não é indicar fome letal, mas sim sublinhar a intensificação da necessidade de alimento. Outro exemplo seria “chorei um rio de lágrimas”, o que simboliza um volume desmedido de tristeza, não sendo literalmente traduzido para um cenário realista.
O trompete de Donald
Donald Trump, durante seu tempo como presidente e em seus discursos posteriores, tornou-se famoso por seu estilo inequivocamente hiperbólico. Frequentemente usa declarações como “o maior” ou “o melhor” para se referir a conquistas e políticas, independentemente do consenso factual ou da complexidade das ações. Em seus tweets, um exemplo marcante é a afirmação de que teve “a maior inauguração presidencial da história”, declaração amplamente contestada e desmentida por dados visuais.
O uso de hipérboles por Trump não está isento de impacto. Críticos argumentam que seu estilo exagerado compromete a precisão e confunde a fronteira entre verdade e ficção. Contudo, seus partidários muitas vezes percebem tal exaltação como um impulso inspirador e motivacional. As vantagens potenciais incluem a capacidade de captar a atenção em um ambiente saturado de informação, embora a sobrecarga possa deteriorar a confiança pública a longo prazo.
A crítica feita por um amigo recentemente, destacou uma visão amplamente discutida quanto à figura de líderes que empregam hipérboles: a fragilização da reputação e a questão de credibilidade. Um líder que frequentemente utiliza exageros corre o risco de ser rotulado como ilusório ou enganador, afetando tanto sua imagem entre seus pares quanto o legado de sua administração.
A hipérbole, amplamente usada por Trump, serve como uma faca de dois gumes na comunicação política. Enquanto esta pode ser efetiva para cativar e persuadir nichos específicos, impondo destaque e domínio, corre-se o risco de afastar outros públicos mais céticos e sedentos por factualidade. Em uma era em que a informação flui rapidamente e a confiança é constantemente minada por incertezas, ficam as perguntas: o uso estratégico da hipérbole é importante na comunicação contemporânea? Constrói uma marca? Cria “over promise”? Aguardo sua visão.